Segredos para obter um bom resultado desportivo

Desporto de elite: “O nosso problema não é só económico!”


"Não é a riqueza do País que nos está a impedir de obter performances desportivas".

Este projecto de investigação internacional estuda a competitividade das nações no desporto de elite. É realizado por uma rede internacional de investigadores representativos de variados países tais como Portugal, Espanha, França, Suíça, Japão, Austrália, Brasil, entre outros e envolve 1090 atletas, 273 treinadores e 71 directores desportivos.
O objectivo deste estudo é comparar as políticas de desporto de vários países mas ouvindo os agentes desportivos, “que é uma coisa que nunca é feita”.

A ideia é que entidades como a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, o Comité Olímpico de Portugal, federações e associações regionais de administração do desporto possam, com base nos resultados do projecto, avaliar a implementação de políticas de alto rendimento. “Não tenho a ambição de criar uma receita para a política do desporto nacional mas tenho a de criar oportunidades para aperfeiçoar mecanismos de gestão”.

"Não tenho ambição de criar uma receita para a política do desporto nacional"
 
Até agora, 25 federações, 23 treinadores e 150 atletas portugueses responderam aos inquéritos através da internet. Estes inquéritos incidem, por exemplo, na avaliação da combinação de factores que levam a um ambiente em que atletas de alto rendimento possam desenvolver e alcançar o seu potencial máximo.

Os dados reunidos nestes inquéritos ainda estão a ser trabalhados, mas o relatório terminado terá de ser entregue até Dezembro deste ano.

“Estamos a começar um projecto do zero, temos nove pilares para comparar, podemos comparar com países com a mesma população, com países muito ricos ou muito pobres e podemos concluir que afinal, em termos globais, não estamos tão mal ou em alguns aspectos estamos abaixo da média. Daqui podemos começar a estudar cada um desses aspectos”.

Até agora, o envolvimento de Portugal no «SPLISS» permitiu concluir que todo o projecto está a ajudar a colocar as pessoas em contacto, às vezes pela primeira vez.

“As pessoas estavam de costas voltadas, não falavam umas com as outras sobre os mesmos problemas e todas têm ideias. Só que umas atiram as culpas para o Governo, outras para a mudança do Governo, outras atiram para as escolas e outras para o Instituto do Desporto de Portugal. E toda a gente é culpada e ninguém o é. A nós não nos interessa isso mas sim produzir daqui para a frente”.

Em relação à investigação no desporto, um dos pilares comparados no projecto, é uma área que tem vindo a aumentar nos últimos anos.

“Agora quem não produzir cientificamente, quem não publicar em revistas especializadas, está irremediavelmente perdido”.

De facto, no final do encontro, o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, assinalou que “não é possível falar em políticas desportivas sem conhecimento científico”. E mais acrescentou: “O padrão de comparação neste estudo pode ajudar a compreender várias coisas”, por isso este é um projecto que “tem de ir até ao fim com uma perspectiva optimista”.

Sem comentários:

Enviar um comentário